É hora de respeito!
Com muita surpresa recebi a notícia de que o PSB entrou com recurso contra a expedição de nosso diploma como deputada federal. Surpresa, inclusive, porque o pedido foi feito – sem autorização ou consulta – em nome da coligação da qual o meu partido faz parte.
Trata-se de mais uma de várias atitudes que não são típicas de partidos aliados. Eu e meus companheiros também poderíamos ter entrado na Justiça em defesa de nosso mandato. No entanto, desde o início, não fizemos nada além de aguardar e cumprir as decisões da Justiça. Entretanto, como se alguma culpa eu tivesse, tenho sido atacada e discriminada por vários companheiros do PSB.
Vale lembrar que a partir da atuação firme e decidida dos companheiros Antonio Nogueira e Joel Banha, os primeiros a defender a aliança com o PSB para as eleições deste ano, o PT rompeu com o governo anterior quando seu grupo era favorito às eleições, unificou-se com o PSB enfrentando um complexo processo interno e garantiu os minutos de TV e a militância necessários para que a chapa se tornasse competitiva. Hoje é fácil falar que esse foi o caminho correto, como se alguma bola de cristal houvesse há seis meses. Mas foi necessária muita coragem e determinação hoje não reconhecida por parte de nossos companheiros de caminhada.
A coligação PT/PSB foi feita sob medida para a eleição do senador João Capiberibe e para sua companheira Janete Capiberibe. Não custa lembrar que o PT elegeria dois deputados federais, independente da votação obtida pela deputada. E que estivemos na linha de frente da batalha, realizando em Santana as maiores atividades de rua da campanha, sempre defendendo como nossos, os candidatos majoritários do PSB.
Apesar disso, somos tratados constantemente ou como adversários ou como inconvenientes. O PSB vem ignorando o acordo firmado com o PT em Protocolo Político assinado, passou por cima das instâncias do partido na composição do governo. E, agora, questiona na Justiça nosso diploma, sem qualquer aviso ou diálogo.
Vale lembrar que também não sou autora ou signatária da Lei do Ficha Limpa. A deputada Janete sim – votou a seu favor, atendendo a um clamor da imprensa e da opinião pública. Também não sou autora da ação que retirou o mandato da deputada. Na verdade, a ação foi impetrada pelo Ministério Público Eleitoral.
Está claro que há um clamor público em todo o PT em favor da manutenção de um mandato de deputada federal que em Santana recebeu 25% dos votos. E, agora, na condição de “ré”, terei que rebater o ataque pra não ser julgada à revelia. Certamente, vamos às ruas de Santana e de todo o estado defender o mandato do PT, pois estamos sendo obrigados a isso.
Reitero minha convicção em defender o ideário da esquerda, de luta por uma sociedade justa e humana. Se a Justiça assim decidir, pretendo fazer um mandato atuante, honesto, de luta, marcado pela sensibilidade política, por serviços prestados ao Amapá e pelas bandeiras comuns apresentadas na campanha tanto por mim quanto pela deputada Janete Capiberibe. E, em qualquer situação, apoiarei o esforço liderado pelo governador Camilo Capiberibe, um governo que ajudei a conquistar e no qual deposito minhas melhores esperanças.
Não somos inimigos ou adversários, não aceitamos ser tratados como tais. Exigimos respeito e um tratamento de aliados. A construção de um projeto de esquerda, que contemple o povo mais humilde e que seja transparente e ético, são bandeiras que juntaram nossos dois partidos e devem novamente orientar nossa caminhada.
A militância roxa que tanto encantou o Estado em nossa eleição, mais uma vez me emocionou nesses dias difíceis. Sou muito grata por todas as demonstrações de carinho e apoio, muitas das quais vindas de pessoas que sequer votaram em mim. Em nome de vocês e de todos os compromissos assumidos, vamos mais uma vez às ruas pra defender uma causa que não é só minha ou do PT, mas de todos que querem ver materializada uma nova política.
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